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2012 - Livro Vermelho 2013

Lessingianthus asteriflorus (Mart. ex DC.) H.Rob. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 04-04-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador: Gustavo Martinelli

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie ocorre nos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, com AOO de 68 km². Foram identificadas duas situações de ameaça distintas, considerando a dinâmica de perda e degradação dos Campos Sulinos, no estado Rio Grande do Sul, diferente da realidade encontrada nos Estados de São Paulo e Paraná. A espécie habita áreas de Cerrado e os Pampas, ambientesaltamente deteriorados e reduzidos pela substituição da vegetação original porplantações e pastagens. Há registros de coleta muito antigos, de 1914 e 1928, no Paraná, onde não existe mais a vegetação original. Além disso, não é encontradaem unidade de conservação (SNUC). Assim, foi avaliada como "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Lessingianthus asteriflorus (Mart. ex DC.) H.Rob.;

Família: Asteraceae

Sinônimos:

  • > Vernonia asteriflora ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Subarbusto que apresenta indumento alvo-incano nos ramos e folhas, e capítulos com 35-40 flores, organizados em sinflorescências corimbosas (Baker, 1873).

Distribuição

A espécie não é endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada em São Paulo, Paraná e possivellmente Rio Grande do Sul (Jones, 1982; Cabrera; Dematteis, 2009; Dematteis; Almeida, 2010; CNCFlora, 2011; Dematteis; Almeida, 2014).

Ecologia

Subarbusto perene, heliófito, que habita áreas savânicas e campestres. Fértil de setembro a março, polinizado por insetos e dispersado pelo vento (Borges, com. pessoal).

Ameaças

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Incidência national
Severidade very high
Detalhes Nas últimas décadas, cerca de metade da superfície originalmente coberta com os Campos no Estado do Rio Grande do Sul foi transformada em outros tipos de cobertura vegetal. Esse processo aconteceu sem que limites tenham sido efetivamente estabelecidos e aplicados nem pelo poder público nem pela sociedade. A legislação ambiental a respeito é ainda precária e negligenciada, algumas políticas públicas têm estimulado a conversão e os Campos estão pobremente representados nos sistemas de áreas protegidas. Dados paleoecológicos e paleoambientais da região do Planalto Sul-Brasileiro relacionados a dinâmica da vegetação, do fogo e do impacto humano incluindo o uso da terra fornecem importantes informações para sua conservação e manejo. Vários registros palinológicos mostram que as áreas de campo altamente diversas são naturais, ou seja, remanescentes de uma extensa área de um período glacial e do Holoceno Inferior e Médio e não de áreas florestais do passado. A partir desse conhecimento, sugere-se que os campos devam ser protegidos e não sujeitos a florestamentos como está sendo feito no presente momento, onde vastas áreas de campo estão sendo substituídas por florestas de Pinus, Eucalyptus e Acacia. Apenas 453 km2 dos Campos Sulinos estão protegidos em unidades de conservação (SNUC) de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área total desta formação vegetal (MMA, 2000). A maior parte deste percentual está nos mosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC).Apenas a proteção legal pode efetivamente proibir a transformação dos campos naturais em áreas para agricultura ou silvicultura, prevenindo assim a perda completa da vegetação Campos (Overbeck et al., 2009).

1.1 Agriculture
Incidência national
Severidade very high
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano (Klink; Machado, 2005).

1.1.2.2 Large-scale
Severidade very high
Detalhes Nas últimas décadas, cerca de metade da superfície originalmente coberta com os Campos no Estado do Rio Grande do Sul foi transformada em outros tipos de cobertura vegetal. Esse processo aconteceu sem que limites tenham sido efetivamente estabelecidos e aplicados nem pelo poder público nem pela sociedade. A legislação ambiental a respeito é ainda precária e negligenciada, algumas políticas públicas têm estimulado a conversão e os Campos estão pobremente representados nos sistemas de áreas protegidas. Dados paleoecológicos e paleoambientais da região do Planalto Sul-Brasileiro relacionados a dinâmica da vegetação, do fogo e do impacto humano incluindo o uso da terra fornecem importantes informações para sua conservação e manejo. Vários registros palinológicos mostram que as áreas de campo altamente diversas são naturais, ou seja, remanescentes de uma extensa área de um período glacial e do Holoceno Inferior e Médio e não de áreas florestais do passado. A partir desse conhecimento, sugere-se que os campos devam ser protegidos e não sujeitos a florestamentos como está sendo feito no presente momento, onde vastas áreas de campo estão sendo substituídas por florestas de Pinus, Eucalyptus e Acacia. Apenas 453 km2 dos Campos Sulinos estão protegidos em unidades de conservação (SNUC) de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área total desta formação vegetal (MMA, 2000). A maior parte deste percentual está nos mosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC).Apenas a proteção legal pode efetivamente proibir a transformação dos campos naturais em áreas para agricultura ou silvicultura, prevenindo assim a perda completa da vegetação Campos (Overbeck et al., 2009).

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Incidência national
Severidade very high
Detalhes O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km2 - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Citada como "Em perigo" (EN) na Lista Vermelha da flora ameaçada de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie é considerada "Rara" na Lista Vermelha da flora ameaçada de extinção do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

Referências

- JONES, S.B. A Revision of Vernonia series Buddleiifoliae (Compositae: Vernonieae)., Brittonia, v.34, p.102-117, 1982.

- BAKER, J.G.C.F.P. MARTIUS; A.W. EICHLER. Compositae III, Asteroideae, Inuloideae. Leipzig: Frid. Fleischer, 1873. 1-134 p.

- CERVI, A.C.; LINSINGEN, L.; HATSCHBACH, G.; RIBAS, O.S. A vegetação do Parque Estadual de Vila Velha, município de Ponta Grossa, Paraná, Brasil., Boletim do Museu Botânico Municipal, v.69, p.01-52, 2007.

- DEMATTEIS, M.; ALMEIDA, G. Lessingianthus asteriflorus in Lessingianthus (Asteraceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB027164>.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- OVERBECK, G. E.; MULLER, S.C.; FIDELIS, A. ET AL. A flora dos Campos do Rio Grande do Sul. 2009. 443 p.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

Como citar

CNCFlora. Lessingianthus asteriflorus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Lessingianthus asteriflorus>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 04/04/2012 - 19:09:52